Milhões de Festa confirma Boogarins, Mdou Moctar, Baris K e Gonçalo
Brasileiros trazem o delicioso “As Plantas que Curam” até a Barcelos. O festival está apontado para os dias 24, 25, 26 e 27 de Julho.
Mais uma vaga de confirmações para o Milhões de Festa: anunciados Earthless, High on Fire e Chelsea Wolfe, entre outros nomes, acrescentamos ao line-up da edição de 2014 os brasileiros Boogarins, o turco Baris K, o tuaregue Mdou Moctar e o minhoto Gonçalo.
Os Boogarins são os cabecilhas de uma nova vaga de tropicalismo psicadélico, título que capitalizam com o disco de estreia “As Plantas que Curam”. No calor das suas melodias, as vozes suavizam o que as guitarras, em pequenos laivos de virtuosismo, acidificam. O sabor é agridoce como só uns Beatles souberam fazer aquando de “Revolver” e contagiante como os nomes maiores do rock dos anos 60 e 70 de terras de Vera Cruz, o que justifica o entusiasmo internacional com os autores de “Lucifernandis”. Em Barcelos, todo o refresco ajuda a aguentar o calor e os poderes curandeiros dos pernambucanos servirão para cristalizar o tempo no festival por que mais aguardamos.
Baris K é o senhor dos edits e cartógrafo do território musical turco. Numa terra em que o psicadélico explodiu em plena década de 70, resta-nos o que Baris K faz com os registos que desenterra: recuperadas as malhas de um tecido complexo, o produtor turco transforma-as, actualiza-as e globaliza-as numa vontade de afectar pernas e provocar a dança. O espólio deste corsário a soldo da cultura pode, e deve, ser escutado pelas internets, e tem de ser apreciado no mundo inteiro. Não é de admirar que na Turquia, onde perduram antigas capitais imperiais, também imperou o psicadélico e rock. Temos uma oportunidade único de viajar no tempo e presenciá-lo pelos olhos e mãos de Baris K.
Mdou Moctar tem no sangue as raízes que percorreram de delta a delta, do Niger ao Mississippi, a cultura musical de um planeta inteiro, o mesmo blues que pulsou e pesou no peito dos músicos mais influentes do século XX e que impulsionaria toda a música popular de ora. Moctar, pelo seu lado, tem no som da sua stratocaster a pureza de um som que não passou pelas mãos esclavagistas. O resultado é, por isso, festivo de uma forma inocente, como a música de África exige. Mais do que recuar no tempo, até às origens, o tuaregue mostra-nos um ramo de uma árvore que não parou de evoluir e cujas as ramificações ultrapassam o umbiguismo americano. No Niger, o sol também queima.
Gonçalo é uma das mais recentes apostas editoriais da Lovers & Lollypops, tendo “Quim” chegado aos escaparates no início deste ano. Gonçalo Alvarez desviou-se do trilho que levava os seus Long Way to Alaska até ao profundo norte-americano, com a tónica na folk de olhos postos nas paisagens e ambientes do post-rock, mas a sua direcção continua setentrional. A exploração da harmonia continua a ser uma característica-mor da linguagem de Gonçalo, que embeleza com detalhe e textura aquilo que a melodia consegue apenas colorir. Encaixa no nosso verão como sombrinhas em mojitos.
Fonte: Press Release Lovers & Lollypops