17 Ago 2016 a 20 Ago 2016

LCD Soundsystem were playing at my house – o segundo dia no Vodafone Paredes de Coura

LCD Soundsystem were playing at my house - o segundo dia no Vodafone Paredes de Coura

E ao segundo dia do festival: sol e temperaturas que convidavam ao mergulho nas águas da Praia Fluvial do Taboão. A equipa musicfest.pt aproveitou para chegar cedo, passear pelo campismo e registar alguns momentos, para mais tarde recordar. Havia quem aproveitasse para colocar a leitura em dia, para jogar às cartas, para fazer sudoku e até para uma partida de xadrez. Entre bóias de flamingos e de unicórnios, o ambiente era tranquilo e muito favorável a um grande dia.

O dia de 17 de Agosto funcionou como uma espécie de aquecimento do Festival: a partir do dia seguinte o cartaz oferece mais bandas e mais palcos. O segundo dia do Paredes de Coura abriu as festividades com o Vodafone Vozes da Escrita, com Gisela João e Samuel Úria. Durante a tarde houve jazz, um concerto dos Box 2 Box e poesia – tudo isto à beira do rio.

Ryley Walker chega-nos de Chicago e traz consigo o trabalho Primrose Green. Algo nos dizia que este concerto tinha tudo para condizer com o cenário natural no qual se desenrola o festival. Não nos enganámos: a pouco e pouco as pessoas iam chegando ao recinto, estendiam as suas toalhas para se deitar ou sentar, não sem antes atestar o ecocup. O concerto aconteceu às 18h e a temperatura continuava a pedir roupas leves.

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Pelas 20h40, Sleaford Mods subiram ao palco Vodafone para aquecer o ambiente e agitar as águas deste festival à beira rio plantado. E foram bem sucedidos: o público reagia efusivamente a cada tema que ecoava no recinto. A noite ia caindo e o duo de Nottingham não podia estar a proporcionar um melhor momento aos festivaleiros, aos quais já se ia exigindo uma camisola para enfrentar o frio que ia chegando.

Para quem andou pelo palco Vodafone.FM passaram também Joana Serrat, Bed Legs e Algiers. Esta última banda, vinda directamente de Atlanta, Georgia, foi responsável por um grande concerto. O recinto acabou por ficar bastante composto no momento que os Sleaford Mods terminam a sua prestação.

Thee Oh Sees chegaram, viram e partiram tudo. O som é forte, assim como a entrega da banda ao público. John Dwyer, Tim Hellman, Ryan Moutinho e Dan Rincon foram os responsáveis pelos vários momentos de mosh pit e crowd surf que pudemos avistar, ao longe, a partir da varanda do espaço da imprensa – tal não era a poeira criada pela movimentação intensa do público. Foi uma grande dose de rock, aquela que consumimos hoje, à conta dos californianos.

A britânica Shura marcou presença no palco Vodafone.FM, em substituição de Sharon Jones, ausente da vida profissional por motivos de doença. Shura editou em 2016 o seu primeiro álbum; os singles que deu a conhecer ao mundo até ao passado ano valeram-lhe a distinção de uma das melhores cantoras do ano, pela BBC. “My name is Shura”, disse a cantora que esteve muito atenta ao público, que teve oportunidade de ouvir temas como Touch. O recinto estava bem composto e assim que o concerto terminou houve romaria até ao palco principal.

Muito aguardados, os LCD Soundsystem entraram em palco à hora marcada. Us v Them foi o tema de abertura. O palco fazia adivinhar um grande concerto. Soubemos que durante a manhã tinha acontecido o momento de sound check, durante o qual foi traçado um perímetro de segurança para que ninguém exterior à equipa tivesse de alguma forma acesso àquilo que estava a acontecer em palco. Curiosidade à parte, a banda liderada por James Murphy foi uma aposta vencedora no que ao cartaz diz respeito: o recinto estava cheio e a vibração que se sentia no espaço era muito positiva. Do alinhamento fizeram parte temas como Daft Punk Is Playing at My HouseTribulations e Losing my edge – e que grande malha, esta!

Apesar de ter sido avançado, pela TVI24, que haveria lugar à transmissão em directo do concerto, tal não se verificou, tendo ficado previsto para mais tarde,  1h30. Num Festival onde o cartaz parece ser um adereço – mas daqueles em bom, claro – para toda uma experiência única que é viver o Vodafone Paredes de Coura – estamos em crer que a banda de Nova Iorque terá sido a responsável pela grande parte dos bilhetes vendidos.

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Durante este segundo dia do Festival, quase que sentimos que o Paredes de Coura era um festival como todos os outros – e antes que chovam críticas, passamos a explicar o motivo desta afirmação. Comparativamente ao primeiro dia, sentimos muito maior afluência de público ao recinto e muito mais movimento – e filas! – nos espaços de restauração e afins. Por aqui é possível comer coisas mais tradicionais, como o prego ou a bifana, bem como hamburgers e outras coisas no caco – que o nosso colega de equipa, o Marco Almeida, apelida de cenas hipster. Há também vários pontos em que as marcas marcam presença e brindes muito bem pensados para as circunstâncias: a saber, uma lâmpada portátil, bastante útil para os campistas ou para quem precisa encontrar o carro no estacionamento. Também foram distribuídas fitas de suporte para o ecocup, que já carecia de uma solução para um transporte fácil, quando vazio. Ah! e um lenço XXL, que podia ser utilizado para toalha de mesa, toalha de praia, turbante e para nos proteger do pó, enquanto nos deslocamos no recinto.

O balanço que fazemos deste baptismo no coUração dos festivais é positivo. Há vários factores que pesam nesta apreciação, mas aquele que é mais marcante é o cenário no qual tudo acontece. É único. E nesse aspecto, torna-se muito difícil comparar a experiência em Paredes de Coura com qualquer outra, noutro festival. Prontos para mais um dia no COURAíso?

Joana Rita  

Joana Rita é filósofa, criadora de conteúdos, formadora e investigadora. Ah! E uma besta muito sensível.


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Mais sobre: Algiers, Bed Legs, Gisela João, Joana Serrat, LCD Soundsystem, Ryley Walker, Samuel Úria, Shura, Sleaford Mods, Whitney


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