Do dia para a noite – A apresentação de Hermitage dos Moonspell no Lisboa ao Vivo
Vinte e quatro horas depois da celebração de Irreligious os Moonspell voltaram a subir ao palco do Lisboa ao Vivo, uma vez mais esgotado, para apresentar os temas do mais recente ábum Hermitage.
Se Irreligious é feroz, denso, negro e marcou uma época na banda, Hermitage é um ponto de viragem. Mais filosofal nas letras e mais técnica na sonoridade. Os Moonspell de Hermitage são uns Homens de barba rija e Fernando Ribeiro é o porta-voz de uma certa portugalidade e de um fado que é tão nosso.
Tal como na noite anterior o quinteto teve uma actuação perto da perfeição e sempre com o público nas mãos. Claro que os novos temas e a conjectura actual não permite grandes manifestações Metal, mas temas como The Greater Good, All or Nothing ou Hermitage são exemplos de uma banda sem receio de mudar e de apresentar outras sonoridades mais intimistas e próximas de algo mais do que mero peso. É certo que por vezes sentimos a falta do gutural de Ribeiro mas, também é certo que com essa ausência é permitido assistir ao virtuosismo de Ricardo Amorim ou ao encantamento de Pedro Paixão (hoje em exclusivo nas teclas).
Ainda vai o concerto a meio quando nos apercebemos o quanto a banda cresceu e que hoje é, de facto, uma referência internacional estando uns patamares acima da média do que se faz por cá, o que também quer dizer que os meios são outros, os Moonspell são uma máquina em movimento constante.
Como sempre Alma Mater encerrou a noite mas antes disso, e já em encore, ouviu-se a velhinha Wolfshade (A Werewolf Masquerade), Breathe (Until We Are No More) e Night Eternal. No entanto, a surpresa do encore foi mesmo Shadow Sun, retirada do disco Night Eternal, tocada em estreia absoluta.
Foram dois dias dedicados à alcateia. Passado, presente e (talvez!) futuro. Se em disco Hermitage fez muitos torcer o nariz, ao vivo os temas elevam-se para além das palavras. Não sabemos por quanto tempo teremos os Moonspell, resta-nos celebrar e aproveitar enquanto podermos.
O musicfest.pt assistiu ao concerto através da transmissão em directo na plataforma Munin.live, onde ainda é possível assistir ao mesmo.