Cartada de Mestre no primeiro dia do festival dos triângulos
Desde a performance dos Ensamble Insano, que só vem mostrar o que de melhor há na partilha intergerações dos músicos locais e da região, ao frenético palco Taina: de miúdos a graúdos, o primeiro dia é a amostra dada a provar a todos os que tenham (ou nem tanto) um paladar aguçado na direção do excêntrico e vibrante.
O palco Taina, como não poderia deixar de ser, fez as honras da casa, mudou-se para mais perto dos outros palcos e, embora com uma pontinha de saudade da tradição, o público não deixou de se envolver – nem pouco mais ou menos – no festão que lá se fez.
Mada Treku inaugurou o palco e trouxe do porto um techno que pôs Barcelos a abanar a cabeça: agressivo, intenso, um breve começo de noite, mas que deixou no ar o presságio para o resto de serão incrível. Segue-se Vozzyow, cortesia La Melona e Macho Alfa convém referir, três bons amigos que trazem uma intemporalidade que não passa só pela diferença horária de Santiago (de Caballeros) a Barcelos, stoners, barulhentos, fizeram-se presentes e deixaram marca.
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Em modo improviso, dois grandes músicos da paleta portuguesa, unem talentos num projeto a que chamam de PO+AL – Pedro Oliveira (peixe:avião) e Alexandre Soares (ex-GNR). exploraram a virtuosidade de ambos de forma transcendente e desregrada, numa combinação intangível, mas que combina.
Já os americanos Eat the Turnbuckle chegam à pacata cidade para absolutamente reverter a corrente do Cávado. Como se descrevem na página pessoal, banda de ULTRA VIOLENT DEATH MATCH ROCK AND ROLL, expressam-se em e existem em violência, característica que não afugentou o publico dos mosh-pits. Pelo contrário, pareciam abastecidos pela insanidade dos músicos. No final, o sangue bombeado mais por fora do que por dentro foi a grande demonstração de um dos espetáculos mais insólitos e extremistas que o palco Taina já sustentou.
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Os portuenses 10 000 Russos lançaram-se ao palco e deram bilhete para uma expedição psicadélica de atmosfera pesada que facilmente se associa ao historial da banda. Fizeram-se ecoar e cativaram a audiência, trouxeram seja la de onde for o que muitos nem sabiam que procuravam.
Seguiram-se os suecos e o seu punk crust/metal. Concerto que se resume a bagunça e muito alvoroço, muita coisa a acontecer, muita vontade de sobrepor, tirar e voltar a por se preciso. Um frenesim de vontade de expressão e barulho que se atropelaram, foram os Aggrenation no estado puro da sua origem.
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Os Jibóia sempre livres e irreverentes trazem a Barcelos a essência do espirito desprovido de preocupações ou qualquer restrição. Dos pés à cabeça, fizeram-se sentir como só eles poderiam ter feito, promíscuos, ousados, chegaram aos festivaleiros de forma quase íntima, batida a batida, a tocar sentidos que talvez nem existam.
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A noite acabou com os DJs da casa a preparar terreno para um segundo dia de Milhões de Festa que começará logo a dar tudo na mítica piscina, a partir do meio-dia.