Boa Noite Cinderela! – Reportagem no concerto dos Visions of Atlantis no RCA
Há já muito tempo que não se via tanta gente bonita em cima do palco do RCA! Esta é a memória que fica quando se recorda este regresso dos Visions of Atlantis a 22 de fevereiro! Mas não foi só isso…
Como diz a história, antes da meia-noite a Cinderela deve estar em casa, porque senão, lá se vai o encanto. Este pode muito bem ser o resumo do que se viveu no passado sábado na sala lisboeta.
Talvez por ser um fim de semana (para muitos) prolongado, o espaço encontrava-se a meio gás e, acreditem que foram chegando a conta gotas. Quando é que param para pensar que há mais bandas num concerto e que todas merecem a devida atenção? Sendo que os lusos Glasya foram vítimas de um RCA muito aquém do que a banda merecia, mas a banda entregou-se ao palco com a mesma dedicação que já se lhes conhece.
Praticamente desconhecidos (pelo menos para mim!) os Morlas Memoria foram algo que pareceu uma continuação do que se vira antes com a banda portuguesa. Os germânicos parecem saídos de “E tudo o Vento Levou” mas, ao invés de um coronel elegante, temos um Schwarzenegger de guitarra mão e uma doce vocalista que até flauta transversal traz. Cumpriu a obrigação numa actuação amena onde a beleza de Leandra Johne sobressaiu. Mas, os ânimos viriam a aquecer com a chegada dos Chaos Magic! Um concerto enérgico, surpreendendo com uma atitude mais glam ou retroqualquer coisa. Há por aqui um teclista que enche o palco. E onde Caterina Mix enche o palco com a sua sensualidade e brilhantismo. A surpresa acabou por ser a versão de “Ashes to Ashes” (Faith No More). Os presentes começam, finalmente, a acordar de um certo estado letárgico que começava a imperar.
De regresso a Portugal e em estreia na sala lisboeta, os Visions of Atlantis, foram iguais a si mesmo. Foi um concerto ameno onde o público foi levado para a Terra de Todos os Sonhos e onde tudo (ou quase) é belo. Tudo neste quinteto austríaco é bonito, seja a presença de Clémentine Delauney com a sua voz límpida, seja Guaidoli sempre a incentivar o público, às vezes até demais. Este foi um concerto com muitas palmas, muita simpatia, alguma energia e que serviu para conhecer os temas do mais recente “Wanderers”. Não foi um concerto marcante, isto porque a fórmula é conhecida e já foi por demais repetida mas isso não impediu que o público reagisse efusivamente ao longo dos temas, ainda que, por momentos, tudo soasse demasiado bonito. Devem ser visões.
Para a história fica uma das mais belas noites no RCA, gente gira que se farta em cima do palco, talento por todo o lado. Apenas faltou público mas, como diz o ditado “só faz falta quem está” e quem esteve gostou certamente.
Fonte: Press Release