As Musas esgotaram o primeiro dia do NOS Alive
Começou mais uma edição do festival NOS Alive e ao longo de três dias irão passar pelo Passeio Marítimo de Algés dezenas de artistas, uns estreantes outros repetentes. Serão 130 atuações em seis palcos e nós contamos-te tudo para que te escape nada.
Palco Heineken
Depois das atuações de Galgo e Señores, foi a vez dos escoceses Young Fathers marcarem presença no NOS Alive’15. A banda oriunda de Edimburgo subiu ao Palco Heineken, ontem às 18h50, para apresentar o terceiro disco de estúdio, Dead, editado em janeiro do ano passado e vencedor de um Mercury Prize. Alloysious Massaquoi, Kayus Bankole e ‘G’ Hastings formaram os Young Fathers em 2008, autoeditando a sua mixtape de estreia três anos mais tarde. A prestigiada editora de Los Angeles Anticon descobriu-os pouco depois e relançou «Tape One» em 2012, despertando o interesse da crítica já em 2013 quando lançou «Tape Two», a segunda mixtape. Em 2013, apesar da apertada agenda, com cada vez mais concertos ao vivo, o grupo foi para estúdio preparar o primeiro longa-duração, Dead, editado em fevereiro de 2014. Desde a data do seu lançamento que os Young Fathers têm estado em digressão pelos Estados Unidos e Europa para dar a conhecer este premiado e aclamado disco. E é de facto ao vivo que os Young Fathers têm causado o maior impacto.
A londrina Jessie Ware, que atingiu o status de estrela dois anos após uma estreia avassaladora, também não atuou no Palco Heineken. Após o bem sucedido álbum de estreia, Devotion, editado em 2012, Jessie Ware não regressou com o seu segundo álbum Tough Love, e em substituição subiram ao palco os Capitão Fausto.
Depois de uma passagem pelo Super Bock Super Rock, no ano passado, Metronomy regressaram a Portugal, mas desta vez sem fatos brancos, algodão doce e nuvens cor-de-rosa. Com quatro álbuns de estúdio bem sucedidos, estes britânicos são atualmente uma das bandas de eletrónica mais aclamadas pelo público, com discos visionários e exóticos, dos quais soaram os temas «I´m Aquarius», «Love Letters», ou «She Wants» e «The Look». O mais recente trabalho de estúdio Love Letters, editado no passado mês de março, conseguiu vencer a difícil missão de superar o irrepreensível The English Riviera, lançado em 2011.
Inspirados nos anos 80, os Cavaliers of Fun foram a grande revelação da 2.ª edição do EDP Live Bands. Ricco Vitali (Ricardo Coelho) – fundador do projeto – Nikko (Miguel Nicolau) e Pedrosa (João Pedrosa) foram os eleitos do júri ao atuarem perante uma plateia efusiva no LX Factory, em Lisboa. Aos três membros da banda de música pop futurista foi-lhes agora proposto um novo cenário e outros voos: os palcos do NOS Alive’15 em Lisboa e do Bilbao BBK Alive. Para além desta oportunidade única, os Cavaliers of Fun irão ainda gravar um CD com a Sony Music, parceira deste projeto, a par com a Everything Is New, Blitz e Rádio Comercial.
O quarteto britânico Django Django regressou a Portugal e ao Alive depois da passagem pelo Festival em 2013. Ontem à noite subiram ao Palco Heineken para apresentar o seu mais recente registo de originais, Born Under Saturn. O disco homónimo, Django Django, editado em 2012 e responsável pela internacionalização do grupo, foi considerado o melhor álbum do ano nas principais publicações de música como a ‘NME’, ‘Rolling Stone’ e a portuguesa ‘Blitz’. Para além disso, o longa-duração valeu-lhes ainda a nomeação para um Mercury Prize. Born Under Saturn, sucessor do álbum de estreia, tem como dois singles as canções «First Light» e «Reflections» e ainda temas como «Begining To Fade», «First Light» e «Shake and Tremble».
Harley Streten, mais conhecido pelo nome artístico Flume, é um músico instrumentalista, produtor e DJ australiano e foi o último artista a subir ao Palco Heineken. O aclamado álbum homónimo, editado em novembro de 2012, considerado por muitos uma das surpresas do ano, recebeu fortes elogios da crítica, como é o caso da reconhecida revista Rolling Stone, que o designou de “assustadoramente quase perfeito”. Com apenas 23 anos de idade, Flume viu o seu disco conquistar a dupla platina, ao mesmo tempo que garantiu o seu reconhecimento internacional junto do público e da crítica, garantindo certamente um espaço na música eletrónica. Na noite de ontem pudemos ouvir alguns dos seus temas mais conhecidos, tais como «Drop The Game», «Holdin´On», «Sleepless», «Some Minds», «Tennis Court» e «You and Me».
Palco NOS
Os ingleses The Wombats foram o primeiro grupo a atuar no Palco NOS. A banda rock de Liverpool estreou-se ontem em Portugal no palco principal, onde apresentaram o seu terceiro longa duração, lançado em abril passado. O grupo composto por Matthew Murphy (voz, guitarra e teclados), Daniel (Dan) Haggis (bateria, precursão, teclados e voz) e pelo norueguês Tord Øverland Knudsen (baixo, guitarra, teclados e voz), trazem na bagagem três discos de estúdio. O álbum de estreia, Guide to Love, Loss & Desperation, foi lançado em 2007 e chegou ao primeiro lugar de vendas no Reino Unido, tendo-lhes, em 2008, valido a conquista de um prémio NME e de um MTV Award. Do novo álbum fazem parte temas como «Be Your Shadow», «Emoticons», «Give Me A Try», «Greek Tragedy», e «This Is Not A Party». O vocalista Matthew Murphy explicou que as canções deste novo trabalho são inspiradas nas experiências da banda em Los Angeles – «O álbum é sobre a inveja, a luta, a pretensão, a preocupação e o medo que Los Angeles, ou qualquer grande cidade no mundo, abrange».
James Bay, o singer–songwriter britânico que recentemente inundou as rádios mundiais foi outro dos artistas que pisou o Palco NOS, onde apresentou o álbum de estreia, Chaos and the Calm. James Bay é uma das grandes promessas musicais deste ano. Com apenas três EPs editados, o músico já foi convidado para abrir tournées de artistas como John Newman, Hozier ou Kodaline e já esgotou concertos e digressões em nome próprio. Uma surpresa para o próprio, que cresceu numa pequena cidade de 30 mil habitantes nos arredores de Londres e cujas primeiras influências foram guitarristas como Eric Clapton e Duane Allman ou a coleção de discos do seu pai, onde descobriu os Stones, a Motown, Michael Jackson e Bruce Springsteen.
Ben Harper & The Innocent Criminals também não faltaram à festa. A banda norte-americana regressou aos palcos em março, em São Francisco, tendo sido o primeiro concerto da banda desde 2008 e Portugal fez parte do pacote de férias, ou de trabalho. Benjamin Chase, conhecido pelo nome artístico de Ben Harper, está de regresso aos palcos com a banda com quem conquistou o reconhecimento internacional, The Innocent Criminals. Ao longo de 15 anos, o grupo atuou nos quatro cantos do mundo, tendo passado pelos principais festivais mundiais. O cantor trouxe na bagagem discos de sucesso como Fight For Your Mind, The Will to Live, Burn to Shine, Diamonds on the Inside e Lifeline, e temas como «Better way», «Burn One Down», «Diamonds on the Inside», «Fight Outta You» e «Steal My Kisses». Querem melhores férias do que estas?
Não foram autorizadas fotos de Ben Harper a todos os meios de comunicação social, nomeadamente ao horariosfestivais.com
Os britânicos alt-J regressaram foram outros que regressaram a Portugal para umas confortáveis férias. A banda britânica apresentou num concerto único o seu segundo álbum de originais, This Is All Yours, editado em setembro do ano passado, sucessor do muito aclamado álbum de estreia, An Awesome Wave, lançado em 2012 e vencedor de um Mercury Prize. O trio composto por Thom Green, bateria e precursão, Joe Newman, voz e guitarra, e Gus Unger-Hamilton, teclado e voz, apresentou ontem à noite este que foi um dos mais aguardados lançamentos do ano e com o qual entraram diretamente para o primeiro lugar do top britânico. O grupo originário de Leeds, cidade-mãe de bandas como Kaiser Chiefs e Wild Beasts, já contam com uma massa de ouvintes fiéis, bem como com a aprovação da crítica.
Os Muse foram o primeiro cabeça de cartaz confirmado para esta edição do NOS Alive’15. O grupo britânico, considerado uma das maiores bandas de rock da atualidade e conhecido pelas suas imponentes produções e atuações ao vivo, esgotou o primeiro dia do Festival. A banda composta por Matthew Bellamy (voz, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (baixo, voz e teclado) e Dominic Howard (bateria e percussão), já lançou sete álbuns de originais, tendo vendido mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo. O último longa-duração foi lançado da janela no mês passado e chama-se Drones. O grupo arrancou com a sua última digressão em outubro de 2012, tendo atuado para mais de dois milhões de fãs. Portugal foi um dos países contemplados, com um concerto único no Estádio do Dragão.
Desta vez os Muse repetiram a estória e fizeram história. Num recinto completamente lotado, com cerca de 55.000 visitantes, a festa fez-se no palco principal com direito a confetes, serpentinas e balões gigantes.
Não foram autorizadas fotos de Muse a todos os meios de comunicação social, nomeadamente ao horariosfestivais.com
Palco NOS Clubbing
O Palco NOS Clubbing está de regresso ao Passeio Marítimo de Algés com a promessa de cumprir mais uma vez a tradição que o transformou no local de peregrinação obrigatória dos adeptos de música eletrónica. O NOS Live Act vai já na sua quinta edição e consolida a sua posição enquanto concurso incontornável do festival NOS Alive, na medida em que, além de ter sido pioneiro e o mais antigo concurso de bandas associado a um festival, é o que mais projetos leva até à fase de atuação ao vivo, no Passeio Marítimo de Algés.
Os Cityspark foram os grandes vencedores da edição deste ano do NOS LIVE Act, garantindo assim a oportunidade única de atuar no Palco NOS Clubbing e gravar um EP pela NOS Discos. A culminar mais uma edição memorável do concurso que leva mais bandas e DJs ao NOS Alive, os Cityspark conseguiram mostrar o que valem e justificar – agora com uma atuação ao vivo – que mereceram atuar num dos 10 melhores festivais da Europa e ver a sua performance gravada em disco. Este colectivo de Castelo de Paiva está habituado a atuar ao vivo sobretudo com temas originais no circuito regional, mas esta vitória representou um salto gigante na visibilidade junto dos fãs.
Depois das atuações de Eclair Fifi, Benji B e Tiga, conseguimos assistir ao concerto dos X-Wife. Após uma pausa de quase três anos – que viu João Vieira e Rui Maia editar álbuns de estreia com White Haus e Mirror People, e Fernando Sousa juntar-se aos Best Youth, There Must Be a Place e PZ – os X-Wife, agora com 13 anos de carreira, e acompanhados na bateria pelo parceiro dos últimos anos Nuno Sarafa, regressam em grande forma e não deixam nada ao acaso. O novo single «Movin’ up», produzido pela banda, mostra uns energéticos X-Wife, que souberam aproveitar muito bem as suas recentes experiências paralelas. Um som mais rico e orgânico, que segue as tendências de “Infectious Affectional”, mas complementa-as com novos elementos e com músicos convidados. Os X-Wife subiram ontem ao Palco NOS Clubbing, substituindo a atuação de Ten Walls, que devido ao cancelamento de toda a sua digressão não marcou presença no Festival.
Julio Bashmore, o DJ de Bristol que desde 2009 causa sensação na “house music” também esteve presente ontem à noite no Palco NOS Clubbing atuando a seguir a Breach, o pseudónimo de Ben Westbeech, DJ britânico, que vive em Amesterdão e que acaba de percorrer o Reino Unido com uma digressão totalmente esgotada por 13 clubes. No final do ano passado, Breach editou o tema «The Key» com a norte-americana Kelis.
RAW Coreto
O Palco RAW Coreto by G-Star Raw volta a marcar presença com uma programação que reúne os mais proeminentes nomes da cena indie. A seleção artística feita para o Palco RAW Coreto procura, de acordo com a organização, reforçar a qualidade artística da música independente. O cartaz apresentado para este ano volta a colocar este palco como um ponto de paragem obrigatório no Passeio Marítimo de Algés.
Ontem, o Raw Coreto recebeu em palco Les Crazy Coconuts, Light Gun Fire, Basset Hounds, o DJ set de Zé Pedro (Xutos e Pontapés) – que também partiu uns pratos no NOS Clubbing – e Nice Weather for Ducks.
Faltou referir a coreografia fantástica de Joana Sousa ft. Marco Almeida