A slack e o charme de Kurt Vile & The Violators no Lisboa ao Vivo
Autor de Bottle It In regressou a Portugal na passada quinta-feira para um concerto com os seus Violators no Lisboa ao Vivo. Hora e meia de melodias à guitarra, palavra enrolada e algum do melhor slacker rock dos dias de hoje.
Já por aí anda há bastante tempo, o já-não-tão-miúdo-assim de Filadélfia que desde bem cedo começou a compor temas à guitarra e a editá-los, mesmo que sozinho. Entretanto, foi dos War On Drugs, e lançou-se ao mundo pela Matador Records a solo. Bottle It In é o seu sétimo disco de estúdio e foi este trabalho que Kurt Vile e os seus Violators vieram apresentar ao Lisboa ao Vivo na última quinta-feira.
Sempre apoiado na sua guitarra (seja ela eléctrica ou acústica), e de postura altamente relaxada (calça de ganga, t-shirt e camisa compuseram a indumentária de palco do moço cuja cara se esconde por entre longos cabelos encaracolados) Kurt Vile foi-se dirigindo à plateia com “how you guys doing?” e “we love you” aqui e ali, por entre as canções que raramente introduziu. Também não precisava de o fazer, que quem encheu a sala sabia bem para o que veio e cada tema era recebido com o devido entusiasmo.
Loading Zones abriu o concerto, como abre o disco, mas foi a canção que se seguiu que mais se destacou. “I was on the beach but I was thinking about the bay / Got to the bay but by then I was far away / I was on the ground but looking straight into the sun / But the sun went down and I couldn’t find another one”, canta Kurt no início de Bassackwards, um dos temas mais longos e interessantes do último disco. É fácil ficar-se vidrado nas melodias que saem da sua guitarra, mas é importante também atentar nas palavras que vai debitando naquele seu tom enrolado. Goldtone, Girl Called Alex e KV Crimes foram alguns dos melhores momentos da noite, intercalados com alguns temas do novo disco (Check Baby e Skinni Mini) e a bonita Runner Ups, entregue por Kurt sozinho em palco com a sua guitarra acústica. Para o fim ficaram a explosiva Wild Imagination e o seu maior hit Pretty Pimpin’. Final adequeado para uma noite bem passada entre a slack e o country, a folk e o charme do pai de família que constrói canções com gosto e cuidado.