A insustentável leveza de Mallu – a reportagem no Coliseu de Lisboa

A insustentável leveza de Mallu - a reportagem no Coliseu de Lisboa

Mallu Magalhães estreou-se no Coliseu dos Recreios de Lisboa no passado sábado, com um dos últimos espectáculos do disco Vem.

A banda em meia lua atrás dela e Mallu Magalhães na frente, sozinha ou acompanhada da sua guitarra (ora eléctrica, ora acústica), vestida de branco e a entregar ao Coliseu as suas doces canções. A maior parte delas retiradas do último trabalho, Vem, disco mais aberto e orquestrado do que os anteriores, cujo fim de ciclo foi o pretexto para a estreia nas emblemáticas salas dos coliseus de Lisboa e Porto (onde sobe a palco este sábado, dia 27). Logo na recta inicial desfilaram maioritariamente temas do último disco, como Pelo Telefone, Culpa do Amor, Casa Pronta, Guanabara ou Navegador, apenas interrompidas por Me Sinto Ótima, um dos mais celebrados temas da também mui celebrada Banda do Mar (ao longo da noite, foi nos temas do grupo que juntou Mallu a Marcelo Camelo e Fred Ferreira que o público mais se manifestou), e Sambinha Bom, do anterior Pitanga, e um dos maiores sucessos da cantora de São Paulo que há mais de 10 anos saltou para a ribalta à boleia do MySpace.

Acompanhada por uma banda com bateria (Fred Ferreira), percussão (Marcelo Camelo), baixo, teclas (Francis Dale), guitarra e sopros, a cantora teve espaço para deixar crescer os temas quando necessário, mas foi nos momentos em que ficou sozinha em palco que mais brilhou. Olha Só Moreno, Janta (surpreendentemente sem o marido Marcelo a acompanhar) e algumas versões de clássicos brasileiros. A voz de Mallu é doce e frágil mas a sua postura é sempre firme, mesmo que debruçada sobre o seu violão, tem na maturidade das suas letras e no seu irreverente optimismo as melhores armas para encarar uma sala que, apesar de quase cheia, se mostrou tímida durante todo o concerto. Ainda assim, Mallu Magalhães foi repetindo agradecimentos sentidos a todos os presentes “muito, muito feliz! mil obrigadas!”, disse, depois de apelidar o coliseu de “muito chique”.

Sempre presente, o cenário ilustrado projectado atrás da banda mostrava uma paisagem de rio, montanha e planície que ia sofrendo pequenas alterações ao longo do espectáculo. Espectáculo esse que chegou ao seu apogeu com dois temas de Banda do Mar: Mais Ninguém e Muitos Chocolates, antes de Velha e Louca ter incentivado os presentes a dançar, mesmo que sentados. Para o encore ficou um tema novo, à guitarra, Love You e Vai e Vem, provando que Mallu Magalhães não teve medo de deixar o maior sucesso do último disco, Você Não Presta de fora do alinhamento. Aos 26 anos, a paulista agora residente em Lisboa, soube conquistar um Coliseu, do jeito que é, cheia de calma e paz e sem nenhum reboliço.

Teresa Colaço  

Tem pouco mais de metro e meio e especial queda para a nova música portuguesa. Não gostava de cogumelos mas agora até os tolera. Continua sem gostar de feijão verde.


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