1º dia do Festival Vilar de Mouros 2014
Após 8 anos, está de regresso o mítico e histórico Festival de Vilar de Mouros, o festival que impulsionou o mundo dos Festivais de Verão.
A organização deste festival, a cargo da Fundação AMA Autismo, está de parabéns, quer pela organização em si (que, para quem nunca tinha andado nestas aventuras, se saiu muito bem) quer pela coragem, e pela louvável causa que defendem.
O recinto está em boas condições, bem organizado, à espera dos festivaleiros que apenas esperam que a chuva não venha para estragar a alegria.
Neste primeiro dia a adesão ficou bastante aquém das expectativas, mas isso pode ter a ver com o facto de ser dia de semana, num festival cuja maioria do público presente tem idade superior a 30 anos, a maior parte habitués deste Festival. O ambiente vivido era um pouco nostálgico quer por parte do público quer pelos artistas que marcaram presença neste dia.
A organização apostou essencialmente em bandas portuguesas, com um dos cabeças de cartaz, que proporcionou o momento alto da noite, os Blind Zero, a dar sem qualquer dúvida um excelente espetáculo, regressando a este Festival depois da sua actuação em 2001, e com a aparição de Marta Ren no tema High & Low a energizar ainda mais a plateia.
Os outros cabeça de cartaz, Ali Campbell, Astro and Mickey Virtue, antigos membros dos UB40, estiveram bem e animaram o pouco público com o seu memorável reportório de Reggae. Nota-se, no entanto, algum pesar dos anos.
Os revolucionários Trabalhadores do Comércio também teceram comentários saudosistas dos velhos tempos de Vilar de Mouros, tentando agitar o público com os seus arrojados temas.
Tal como os Blind Zero, também os Trabalhadores do Comércio contaram com a presença da espetacular Marta Ren num dos temas da actuação.
Na abertura do palco principal estiveram os Capitão Fausto, que ao contrários dos artistas referidos até aqui, e como lembrou o vocalista, dos seus pais, não são reincidentes. Apesar da tenra idade estiveram à altura do evento, com o seu pop rock mexido.
Quem não trouxe nenhuma mais-valia foram os La Union, que não parecem enquadrar-se no espírito deste Festival. Uma mistura entre Disco Sound e Eurodance, com o publico a reagir apenas ao single mais conhecido internacionalmente.
Hoje espera-se que a adesão seja maior, com a chegada do fim de semana, e para quem ainda está com dúvidas, apareçam que vai valer a pena, especialmente para quem nunca cá esteve. Tem aqui uma excelente oportunidade para conhecerem o mais antigo festival deste país, e uma das mais belas regiões deste cantinho à beira mar. Nós continuaremos por cá.