Shakira na Altice Arena: O regresso da Rainha de El Dorado

Shakira na Altice Arena: O regresso da Rainha de El Dorado

Há sete anos que a cantora não pisava um palco em Portugal. Regressou à, agora, Altice Arena a 28 de Junho.

Depois de um susto nas cordas vocais, que levou ao cancelamento do concerto marcado para Novembro de 2017, finalmente chegou a hora do aguardado encontro entre Shakira e os seus tão fiéis seguidores.

A loba colombiana subiu ao palco da Altice Arena com uma energia contagiante. Era óbvia a vontade de cantar e dançar para todos aqueles que nunca a abandonaram, principalmente depois do susto que o problema de saúde que a obrigou a cancelar concertos lhe pregou. Entre explosões de confetes, movimentos de anca, sorrisos rasgados e cabelos ao “vento”, Shakira falou em português para todos os presentes. E não foi apenas um par de palavras, como muitos outros artistas fazem questão de aprender para honrar o país que visitam – a colombiana falou em português (do Brasil), durante quase todo o espetáculo, numa conversa bem articulada – frases bem feitas e até verbos bem empregues – com todos os seus “amigos”, como chama aos fãs.

Estoy Aqui abriu as hostilidades – e a pista de dança – para uma noite que se avizinhava, no mínimo, enérgica. Com um público nem sempre muito entusiasta, a força que por vezes faltava aos presentes era compensada pela energia constante que Shakira largava de todos os poros. She Wolf e Si Te Vas antecederam a um momento de partilha, onde Shakira, mais uma vez em português, contou a todos os presentes o medo que teve de nunca mais voltar a cantar.

Há uns meses pensei que nunca mais cantaria… mas os milagres acontecem e estou aqui!

Depois de conversas sérias, Shakira lança-se às suas mais recentes colaborações, Perro Fiel com Nicky Jam e Chantaje com Maluma, o “pretty boy”. Aqui, o público mostrou a sua essência: telemóveis ao alto, para gravar o momento ou para fazer uma video-chamada para quem não pôde estar presente. E dessa essência ainda fazem parte os passos de dança, de braços abertos e o refrão cantado aos gritos. Me Enamore, a música para Piqué, foi um dos momentos altos do concerto.

É inegável o talento da artista colombiana: da guitarra à bateria, do baixo aos teclados, da dança do ventre ao “headbanging”, não há nada que Shakira não domine, nem arte que lhe escape por entre os dedos. Ou hits. Esses não lhe escapam nem poderiam faltar num concerto em Lisboa. Apesar de estar em Portugal para apresentar o novo álbum, nesta El Dorado Tour, houve mais espaço para clássicos da carreira de Shakira do que para músicas novas.

Underneath Your Clothes, Whenever, Wherever, Can’t Remember to Forget You, Loca, Waka Waka (This Time for Africa), e La Tortura foram alguns desses clássicos, ouvidos em alturas diferentes do espetáculo.

Por entre fogo de artifício, confetes e jogos de luzes desta mega produção, a cumplicidade fez-se óbvia, o carinho inegável e o amor transcendente.

Realmente há coisas que nunca mudam: o jogo de anca de Shakira, a sua simpatia e o seu amor por Portugal.

Texto: Marta Ribeiro
Edição: Daniela Azevedo

Marta Ribeiro  

A miúda do cabelo curto. Fotógrafa, sonhadora, amante de música e com a mania que tem piadinha. Despachada. Às vezes escreve coisas um tanto ou quanto bonitas, mas na verdade a única coisa que faz bem é dar ração à cadela. Normalmente encontra-se por detrás de uma câmara e em vestes negras.


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