O próximo encontro “Milhionário” é em Julho de 2018

O próximo encontro “Milhionário” é em Julho de 2018

Chega ao fim mais uma edição de Milhões de Festa. O último dia reservou algumas surpresas, boas e más (tudo faz parte). Afinal já são 10 anos a derreter fronteiras.

Os primeiros mergulhos na piscina foram feitos ao som de Ghost Wavvves + Mike El Nite, logo ao inicio da tarde puseram o almoço às cambalhotas com um rap bem ritmado. Seguiu-se Sarathy Korwar numa onda mais “jazzy” acompanhada de Hieroglyphic Being, artistas que tiveram oportunidade de show a solo antes e depois de Shame respetivamente (que nos entretantos mostraram bem o que é um tête-à-tête à rockeiro).

Hieroglyphic Being, no entanto, não se ficou só pelo fecho dos concertos na piscina desta edição. Na verdade veio também salvar a noite. A sua eletrónica jazz based não teve outro propósito senão o de fazer viajar sem sair do sítio. Aqueles que quiseram aproveitar o serão na piscina até mais não, fizeram-no na sua companhia e satisfeitos.

Um pouco fora de contexto ficaram os muito assíduos Riding Pânico. Desta feita o seu concerto foi mais para os lados do Paço dos Condes de Barcelos, sendo que os mais fiéis abdicaram de mais umas horas na piscina e não deixaram de marcar presença naquele que é já um concerto tradição no Milhões de Festa.

Já o Taina acolheu BALA, uma dupla feminina a rebentar stoner pelas costuras e que trouxe a Galícia às costas numa onda de distorções e riffs. Seguiram-se os portugueses Iguana Garcia e os Galgo, sempre acessíveis e mundanos são os queridinhos que rebentam com estereótipos. São a malha sempre bem-vinda e o encaixe perfeito no Taina. Depois entraram em palco os Italia 90 com um punk britânico de muitas palavras, mas poucas demoras como o género deve ser. Os artistas mostraram-se realmente contentes por estar por terras Lusas e num festival como o Milhões de Festa. Para finalizar os Diola rockaram pelo por do sol dentro até à chegada dos Suave Geração a par do jantar, diga-se: foi uma celebração em família.

No Palco Milhões houve Pop Dell’Arte que não atraiu muito público. Talvez seja essa mesmo uma característica associada à banda: não ser para qualquer ouvido. Mas é disto que o Milhões de Festa é feito, fruta para todos os gostos.

Pixvae trouxeram a Colômbia até ao Norte de Portugal e fizeram-nos chegar os melhores sons da América Latina de forma intensa mas fluída, super comunicativos e entusiasmados foram uma lufada de ar fresco para um início de noite bem atribulada.

Uma das melhores surpresas da noite foram sem dúvida os Bad Breeding (último concerto do palco Milhões) que rebentaram com as colunas, não só as de som. Alguns já sem t-shirt outros de boca tapada, os mais destemidos mandavam-se para o moshpit que, alimentado pelo punk agressivo e a destruição vocal, deitaram cerveja pelo ar e levantaram terra tanto quanto. A banda fez a delícia dos festivaleiros, que pareceram atraídos como que por um magnetismo para este concerto insano. Quem também adorou foram os fotógrafos, que não perderam um segundo do efeito do furacão que por lá passou. Na ultima música o vocalista desapareceu entre o público sem explicações a dar. Uma verdadeira força da natureza, pegou na bonança e deitou-a diretamente no lixo. Uma performance incrível dos Ingleses Bad Breeding.

Já sob o Lovers & Lollipops recaiu a surpresa má, os Powell não deram a honra da sua presença e foram substituídos por Hieroglyphic Being a dar show uma vez mais. Era um dos concertos esperados e isso desiludiu muitos festivaleiros. No entanto houve Chúpame El Dedo numa performance, reza a lenda, ainda por decifrar, mas que não tirou relevância à incrível passagem dos Meatbodies pelo Lovers que os antecederam. Os jovens californianos regressaram a Portugal para dar um concerto enérgico e rejuvenescedor, puseram toda a plateia no headbanging e testaram a resistência dos tímpanos. Não foi um concerto para posers nem a sua heavy-pop ALICE merecia que por lá estivessem.

Como não poderia deixar de ser, o mote final do festival dos triângulos foi dado pelo DJ Fitz.

Foi em geral uma edição mais frouxa que o ano passado e as bóias ficaram-se mesmo só pelos sonhos. No entanto não perdeu a sua mística. O Milhões continua um dos festivais mais arrojados a nível de line-up, estando a sua essência no improvável e nisso só ganha e dá a ganhar. Não é pastilha para qualquer “mastigador” e é isso que o torna único em território nacional.

Verdade verdade, é que o que é bom acaba depressa. E parece mesmo que o som este ano se propagou quatro vezes mais rápido, mas não foi só dentro de água.

Até para o ano, Milhões.


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Mais sobre: Bad Breeding, Bala, Chúpame El Dedo, Diola, DJ Fitz, Galgo, Ghost Wavvves, Hieroglyphic Being, Iguana Garcia, Italia 90, Meatbodies, Mike El Nite, Pixvae, Pop Dell'Arte, Powell, Riding Pânico, Sarathy Korwar, Shame, Suave Geração

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