O poderio dos The Kills reafirmado no Coliseu de Lisboa

O poderio dos The Kills reafirmado no Coliseu de Lisboa

Continuamos sem saber a fórmula mágica da dupla, mas vamos continuar a acreditar que podemos ser tão cool como eles.

Já há muito que se esperava esta noite e que boa que ela foi.

Passados dois anos da última atuação em Portugal, e com um poderosíssimo “Ash and Ice” lançado na Primavera, os The Kills já estavam na nossa lista de concertos mais esperados para 2016 há muito. Não foi na primeira fase de digressão, mas não se esqueceram de nós.

O aquecimento da noite foi entregue à britânica Georgia que há muito deixou de ser só “a miúda da bateria” e prova dessa crescente popularidade foi precisamente o seu regresso a Lisboa com um já largo número de pessoas conhecedora do seu trabalho musical.

Acompanhada por Hinako Omori, reapresentou-nos o seu último álbum homónimo e provou mais uma vez que veio para ficar. “I’ve got you Lisbon”, dizia ela, We’ve got you back Georgia!

Já com uma plateia a transbordar, ainda que sem um Coliseu dos Recreios esgotado, os The Kills abriram a noite com a enorme “Heart of a Dog” do último álbum “Ash and Ice”.

Sempre num ritmo impetuoso levaram-nos numa viagem entre a sua mais recente fase com “Doing It To Death” a ser, provavelmente, um dos maiores momentos da noite, mas com músicas como “Echo Home”, “Impossible Tracks” ou clássicos como “U.R.A. Fever”, “Monkey 23” “Kissy Kissy”, “DNA”, “Black Baloon” ou “Future Starts Slow” a serem igualmente bem-recebidos por um público que, há que o reconhecer, teve uma prestação irrepreensível. Aliás, qualquer leigo em The Kills de certeza que se sentiria “a mais” no meio dos fãs. Foi bom ver o público a retribuir largamente a energia que a banda não se coibiu de transmitir.

Com os The Kills não precisamos de grandes conversas em palco ou grandes louvores à cidade ou ao público (se bem que também os houve). Vieram para nos dar uma hora e meia de momentos quase ininterruptos do seu bom e puro garage rock, indie rock ou qualquer outra classificação que lhes queiramos atribuir, chegaram e cumpriram.

Allison Mosshart continua um ser hipnotizante e dotado de um dramatismo e expressão corporal invejável em palco e Jamie Ice na sua enganadora indiferença não indiferente, com o seu jeitinho inglês de ser. Continuamos sem saber a fórmula mágica da dupla, mas vamos continuar a acreditar que podemos ser tão cool como eles.

Para o encore, e num dos poucos momentos brandos da noite, Allison trouxe uma versão acústica de “That Love” e o ritmo que lhes é característico voltou com “Siberian Nights”, “Love is a Deserter” e com a explosiva “Sour Cherry”.

Lisboa agradece a visita e temos a certeza que o Porto também o fará.

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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