Olá Adele, somos nós – A reportagem no MEO Arena

Olá Adele, somos nós – A reportagem no MEO Arena

Segunda noite de Adele no MEO Arena, duas datas completamente esgotadas, expectativas mais que elevadas e certamente superadas.

Depois de uma noite de emoções fortes a 21 de Maio em que os elogios a Adele foram mais que muitos, a londrina voltou para aquela que foi a segunda atuação em Lisboa, perante um MEO Arena completamente lotado.

Entre o público encontrámos os que precisaram de repetir a dose da noite anterior, os que não pensaram duas vezes em apanhar um avião rumo a Lisboa, os que tinham o alfa para apanhar, casais (muitos casais), adolescentes a viver os seus primeiros desaires amorosos e respetivos pais e avós, com experiência para dar e vender.
De alguma forma todos são capazes de se rever nas letras de Adele, afinal de contas quem nunca passou por um desaire amoroso? Um infortúnio afetivo pode ser altamente profícuo e Adele ensinou-nos isso como ninguém.

“Hello” foi a música com que a britânica saudou o público, poucos minutos após as 20h, no meio de uma explosão de gritos e de flashes seguindo-se uma sucessão rápida de alguns dos seus temas.
Na sua primeira conversa com o público, entre exibições orgulhosas dos seus melhores “Olá” e “Obrigado”, Adele desafiou todos os presentes a tentar tornar a noite de 22 de maio ainda melhor que a noite anterior, mas alertando que seria difícil pois tinha sido a “melhor plateia de sempre”, algo que estamos (muito) habituados a ouvir. Aparentemente o seu line manager já a tinha preparado para encontrar uma “mad crowd” mas a londrina não deixou de ficar surpreendida.

À semelhança da noite anterior alertou que não tinha músicas alegres, e foi assim que introduziu as duas únicas músicas que nos poderiam dar uma falsa sensação de alegria, segundo a própria. Foi com esta introdução, sincera, que iniciou o segmento mais ritmado do concerto com “Rumor Has It” e “Water Under The Bridge”.

Durante cerca de duas horas de concerto, Adele resgatou temas do seu primeiro álbum como “Hometown Glory” e “Chasing Pavements”, este último um enorme sucesso entre o público, passou por “Skyfall” e tivemos também um momento acústico em que, como já é hábito, incluiu a sua cover de “Make You Feel My Love” de Bob Dylan. A acústica no MEO Arena esteve exemplar e Adele foi irrepreensível mesmo em temas exigentes como “Don’t You Remember”.
Além da banda que acompanhou Adele há que reconhecer o público que nunca deixou Adele cantar sozinha, teve uma plateia de 18000 pessoas a acompanhá-la em praticamente todos os temas.

Tirou selfies com vários fãs, posou para fotografias*, chamou fãs ao palco, cantaram-se os parabéns e desejou-se Feliz Natal a todos os que receberam o bilhete para o concerto na época natalícia. Como se não bastasse, revelou-se uma contadora de histórias nata. Teceu inúmeros elogios a Portugal, ao tempo maravilhoso, à ótima comida, relatou-nos em detalhe a ida à praia e ao Oceanário e ainda deixou o orgulho britânico de lado e afirmou que sim, Ronaldo é o melhor do mundo, e que mudar-se para Portugal lhe tinha passado pela cabeça (afinal de contas teria muitos ingleses por perto como ela mesmo verificou pelo público presente).

Para o final reservou-nos alguns dos seus maiores êxitos, “Someone Like You” que levou Adele (e certamente muitos dos presentes) às lágrimas, “Set Fire to the Rain”, “All I Ask”, “When We Were Young e “Rolling in the Deep” para fechar a noite.

Ninguém nega o carisma inigualável de Adele nem a sua admirável capacidade vocal. Contudo, independentemente da sua qualidade enquanto cantora, Adele é aquela amiga com quem nos queremos encontrar no pub para beber umas valentes pints, para nos rirmos e queixarmo-nos das mais recentes desgraças amorosas. É cá das nossas.

Lisboa foi um “sonho” para Adele e as duas horas de concerto foram certamente de sonho para todos os que aguardaram todos estes anos pela sua vinda a Portugal.

* Nota de redação: Não foram autorizados quaisquer fotojornalistas em ambos os concertos de Adele em Portugal.

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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