MEO Kalorama – de volta ao coração de Lisboa: Recap dia 1

MEO Kalorama - de volta ao coração de Lisboa: Recap dia 1

O MEO Kalorama regressou à capital na sua 4ª edição trazendo música e diversão ao centro da cidade. Com mais de uma dezena de atuações por dia e calor tórrido com descidas abruptas de temperatura, este que foi um fim de semana prolongado para muitos, obrigou outros tantos a fazer escolhas pois que o tempo nem sempre cresce à medida da vontade. A nossa equipa espreitou algumas atuações, assistiu a umas quantas e viu-se obrigada a abdicar de outras tantas. Na nossa galeria, pode seguir o olhar da Marta Ribeiro que fotografou 17 artistas/bandas.

Quinta-feira, 19: A classe dos clássicos

Apesar de o arranque do festival ter acontecido num feriado religioso, antevia-se uma sexta-feira de trabalho, facto que terá limitado bastante o número de melómanos que acorreram ao Parque da Bela Vista. Estamos, contudo, certos de que todos e cada um dos que foram até à freguesia de Marvila deram por muito bem empregue o seu tempo. Afinal, não é todos os dias que a Suburbia sobe à cidade.

O festival arrancou com o projeto português Capital da Bulgária no Palco San Miguel, cuja atuação deu destaque ao álbum contei e deixei que tu me julgasses. As honras de abertura do palco Meo, também em português, couberam a David Bruno, que teria a companhia do projeto Kriativu Jam by Chelas É O Sítio. Juntos, ajudaram a aquecer o público dando assim um excelente “tiro de partida” para o que viria a acontecer no palco principal.

Pelas 20h35 a classe de Father John Misty subiu ao palco. Um muito sóbrio Josh Tillman envergando um fato negro e camisa branca aqueceu, a ponto de derreter, os corações dos seus fãs e pelo caminho terá feito outros tantos, todos eles rendidos às (pouquíssimas) canções que nos trouxe. Destaque naturalmente para Mahashmashana, o álbum do ano passado de que ouvimos seis temas. Josh Tillman terá despido um pouco a personagem que vimos nascer há mais de uma década, já o casaco, para pena de muit@s permaneceu vestido durante todo o concerto.

Por falar em calor e derreter, viajemos até ao palco San Miguel, onde sobriedade não foi certamente a palavra de ordem. Nesta quarta atuação em Portugal, Sevdaliza matou as saudades dos palcos – já não atuava há cerca de um ano – numa viagem composta por 15 temas do seu repertório em que podemos antever Heroina o próximo álbum da artista nascida no Irão, a viver nos Países Baixos desde os cinco anos de idade.

A sensualidade e imensa energia de Sevdaliza, e do bailarino que a acompanhava, mantiveram o público animado e preso até se dar início à romagem ao palco Meo pois seria um pecado chegar tarde ao encontro com a banda mais esperada da noite, quiçá do Festival: Pet Shop Boys.

Neil Tennant e Chris Lowe voltam a Portugal dois anos depois da sua última visita, trazendo um espetáculo de um rigor irrepreensível. Ao abrir o video wall mostra o azul e amarelo da bandeira da Ucrânia. Neil Tennant convida-nos para uma viagem para a Terra dos Sonhos, da Música… Do alto dos seus 70 e 65 anos, respetivamente, os rapazes que sempre estiveram nas nossas mentes trouxeram 21 dos seus maiores sucessos, juntaram-lhes excelente multimédia, um guarda-roupa elegante e sofisticado, uma banda e vozes de suporte fabulosas, et voilá… durante perto de duas horas fez-se magia. Quase todos a atingir o estatuto de clássicos intemporais, os temas foram acompanhados da primeira à última nota pelo público. Contas feitas, as 19+2 canções souberam a pouco. Coisa rara neste festival, os Pet Shop Boys tiveram direito, como se impunha, a encore, para alegria de tod@s @s east / west end girls / boys. Being boring foi a chave de ouro que encerrou o concerto com todo o público a assinar por baixo, ou, melhor dizendo, gritando bem alto o verso que dá título ao tema: we were never being boring!

Este primeiro dia de MEO Kalorama fechou para lá das 2 da manhã com o regresso em grande dos The Flaming Lips que se apresentaram no palco principal do festival para tocar na íntegra Yoshimi Battles the Pink Robots – o clássico psicadélico de 2002 que redefiniu o rock alternativo – num espetáculo onde não faltaram confettis gigantes, insufláveis coloridos e uma aura contagiante de pura fantasia sonora. Por entre gigantes robots cor-de-rosa e balões personalizados (durante a quarta música, o vocalista Wayne Coyne apresentou-se em palco apetrechado de alguns balões prateados com “Fuck Yeah Kalorama Lisbon” para deleite de todos os presentes), a festa fez-se na Bela Vista.

 

A performance foi um hino apaixonado à fantasia audiovisual que os The Flaming Lips popularizaram — uma combinação perfeita entre música, espetáculo teatral e uma explosão de arte ao vivo.

Fechamos o primeiro dia de MEO Kalorama de coração cheio e almas renovadas, pronto para o segundo dia.

Carla Flores  

A repórter de guerra sonhada aos 10 anos deu lugar à professora de inglês que se dedicou a outras lutas, como a da promoção da leitura e a aquela coisa do "ah e tal, vamos lá mudar o mundo antes que ele nos mude!


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Mais sobre: Capital da Bulgária, David Bruno, Father John Misty, Kriativu Jam, Sevdaliza, The Flaming Lips

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