King Lenny desagua na Buraka – O 2º dia do MEO Marés Vivas

King Lenny desagua na Buraka - O 2º dia do MEO Marés Vivas

De volta à praia do Cabedelo para o 2º dia desta 13ª Edição do Meo Marés Vivas. Desde cedo começaram a chegar as hostes para um segundo dia do que se esperava serem Marés bem altas. Depois de uma noite “Legendária”, as expectativas para receber Lenny Kravitz na margem sul do Rio Douro estavam nos pincaros.

Jimmy P. subiu ao palco Santa Casa pelas 19h15, e atuava pela primeira vez num festival da sua cidade. Num ambiente descontraído, como ele mesmo, animou o muito público que se reuniu para o ver ao som de “On Fire”, “Storytellers”, “Warrior” e ainda “Quem Sou Eu”.

Dono de uma garra notável, Jimmy P. deu mostras que perante o seu talento, o palco se tornou pequeno e que merecia talvez o palco principal.

Na abertura do palco MEO deste segundo dia, esteve Kika, artista portuense, brindando a audiencia, já em grande número, com o seu álbum de estreia “Alive”. “Guess it’s Alright”, música que lançou a jovem cantora para o panorama musical, “Can’t Feel the Love Tonight” e “Next to you” fizeram parte do alinhamento, e Kika, apesar de um início tímido, foi fazendo do Cabedelo a sua praia ao longo do concerto. Tenra em idade mas detentora de grande talento, Kika mostrou ter grande margem de progressão. Foi notório, contudo, que ainda se mostra um pouco tenra para um palco tão grande.

Miguel Araújo subiu ao palco MEO pelas 21h30, e foi acolhido por um caloroso público que desde logo o acompanhou em “Fizz Limão” na abertura. Com palmas e vozes a plenos pulmões por parte da multidão que já se juntava, tocou “E tu gostavas de mim?”, “Recantiga”, e surpreendeu o público com um delicioso cover d “Like a rolling stone” de Bob Dylan ,e “Dancing queen” dos Abba. Surpreendente foi também um inesperado pedido de casamento em palco, frente a 30 mil pessoas, que mereceu um “Sim”, e que o público também aprovou. Miguel guardou “Os maridos das outras” para um desfecho grandioso, junto de “marinheiros” já ansiosos pelo grande nome da noite.

Batiam as 23h30 quando Lenny Kravitz, cabeça de cartaz do segundo dia, sobe ao palco com um recinto a transbordar. Iniciou com a conhecida “American Woman” abrindo desde logo caminho para o que se avizinhava ser um concerto soberbo. A sensualidade de “I belong to you”, a subtileza de “Sister” e a intensidade de “Fly Away” fizeram parte do alinhamento do nova-iorquino, que provou ser mais uma vez dono de qualquer palco que pisa.

Com mais de 20 anos de experiência nestas andanças, Kravitz ofereceu longos instrumentais a um público que a dada altura demonstrou querer “mais do que isso”. Mas pouco depois, os sucessos cantados em uníssono estão de volta, e Lenny é obrigado a voltar para um encore efusivo, fresco como na primeira música, e despede-se do “amigo” público, como ele próprio o chamou, com “Are you go my way”, deixando a certeza que este foi um dos pontos mais altos das ondas sonoras deste Marés.

Cerca das 01h15, no entanto, os já bem conhecidos Buraka Som Sistema sobem ao palco principal para fazer o que de melhor sabem: energizar e eletrizar qualquer mar de gente que apanhem pela frente.

Pela primeira vez neste festival, e com o recinto cheio para os receber, estes monstros de palco mantem o registo habitual: levantam os braços de todos, e os pés mal tocam o chão do recinto ao som da fusão de eletrónica e kuduro única que os distingue.

Ao som de “Vuvuzela”, o Carnaval voltou em Julho, e a Buraka foi “dona do terreno” na praia do Cabedelo. Por eles, “(We stay up) all night”, a abanar o corpo com “Kalemba (Wegue wegue)” e daqui à “Parede” a banda instigou todos os festivaleiros, que dançaram e cantaram com Blaya, Branko e Kalaf durante 01h45 sem parar.

Abandonando o palco já passava das 03h00, despedindo-se dum recinto repleto que não “levantou ferros” até então, sendo sem dúvida um triunfo, o concerto do colectivo lisboeta.

O segundo dia do Meo Marés Vivas 2015 deixa a certeza que, cada vez mais, a presença de bandas portuguesas não é menos importante do que as estrangeiras que nos visitam. O apogeu desta maré foi disputado entre Lenny e os Buraka, com estes últimos a levar o trofeu. A fasquia ficou bastante elevada para Jamie Cullum e The Script que atracarão na praia do Cabedelo para o último dia das Marés Vivas 2015.

Liliana Pinto  

Ser Liliana é ser uma mixórdia de coisas, entre elas, Ela.


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