Imagine Dragons na Altice Arena – a reportagem

Imagine Dragons na Altice Arena - a reportagem

A banda de Las Vegas regressou a Portugal pela quarta vez em cinco anos para subir ao palco de uma Altice Arena que esgotou para os receber, na passada terça-feira. Todos os êxitos, discursos sentidos, muitos confettis e coros afinados pautaram um concerto que nunca fugiu do guião.

O facto de a sala estar esgotada para receber os Imagine Dragons no seu regresso a Portugal não surpreendeu ninguém. Afinal, a banda de Dan Reynolds não só já é habitué dos lugares máximos das tabelas de vendas e streaming um pouco por todo o mundo como também o já vai sendo dos palcos nacionais – em 5 anos, a passagem da passada terça-feira pela Altice Arena foi a sua quarta visita ao nosso país. E o fenómeno é compreensível: o pop rock bem balançado dos rapazes de Las Vegas é feito com conta peso e medida para atingir todos os requisitos para ser um êxito radiofónico instantâneo: há guitarra qb, visitas ocasionais à electrónica e melodias e refrães pop que se colam ao ouvido. Dito isto, nada nos Imagine Dragons é novidade, somente o facto de quererem ser uma boy band com solos de guitarra em vez de coreografias planeadas.

Na Altice Arena, não houve momento em que o público não entoasse cada palavra ou melodia da banda de Radioactive. Êxito maior do grupo e tema que deu início ao concerto, que em duas horas resumiu a carreira de três álbuns dos Imagine Dragons. Por entre discursos sentidos sobre temas importantes (Reynolds realçou que naquele espaço só havia lugar para a paz e igualdade e, num outro momento, dedicou palavras de alento àqueles que, como ele, sofrem de depressão e ansiedade) e abraços a bandeiras (vimos a portuguesa mas também a LGBT+), o vocalista passou a maior parte do tempo bem junto dos fãs nas filas da frente, e mesmo quando, já no final, a banda actuou numa plataforma no meio da plateia, passeou pelos corredores a tocar em todas as mãos que lhe apareciam à frente. Em palco, todas as atenções se centram em Reynolds, que só é eclipsado por um ocasional solo de guitarra de Wayne Sermon.

Por entre todos os temas obrigatórios (It’s Time, Thunder, I Bet My Life, On Top Of The World ou Demons), houve espaço para as canções do mais recente Evolve, como Whatever It Takes, Yesterday ou Believer. Tudo canção de refrão grande, o confetti, o telemóvel do bolso para aquela story no Instagram e… pouco mais. Os Imagine Dragons podem erguer as guitarras mas tudo o que vemos aqui é circo pop, não que isso traga mal nenhum ao mundo (pelo contrário), mas musicalmente falando é difícil encontrar o interesse. É na fase final do espectáculo, quando se juntam numa pequena plataforma que se encontra no meio da plateia para um momento acústico que encontramos alguma essência no quarteto. Born To Be Yours, tema que junta o grupo ao produtor norueguês Kygo é apresentado de forma despida, e aquilo que seria um dance hit de fácil entrega vira hino sentimental bem puxado.

Os Imagine Dragons sabem o que estão a fazer: fizeram a festa e provaram ser uma máquina muito bem oleada capaz de debitar hits até mais não. Mais do que isso não lhes peçam.

Teresa Colaço  

Tem pouco mais de metro e meio e especial queda para a nova música portuguesa. Não gostava de cogumelos mas agora até os tolera. Continua sem gostar de feijão verde.


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