António Zambujo no Theatro Circo: “Foi bonita a festa, pá”.

António Zambujo no Theatro Circo: "Foi bonita a festa, pá".

António Zambujo esteve no Theatro Circo, em Braga para fazer as maravilhas de uma sala quase lotada e que, no final, se mostrou rendida ao talento do músico. A Ângela Afonso e o Pedro Gama marcaram presença numa festa que serviu, também, para assinalar a data revolucionária que é o 25 de Abril.

António Zambujo,  contente por voltar ao lindo espaço de espetáculos que é o Theatro Circo, chegou a Braga com a sua voz tão característica. Sem grandes pausas e um humor que lhe é característico entre músicas, no final a sensação foi de que tempo nenhum seria suficiente na companhia da sua voz: imponente e contagiante.

Apresentou o seu sétimo álbum, Até Pensei Que Fosse Minha, um trabalho que é uma homenagem a Chico Buarque. Buarque é um dos maiores e melhores escritores e músicos associados à Musica Popular Brasileira, com quem Zambujo trabalhou no Brasil, para agora encantar Portugal, de Norte a Sul.

O músico português não poupou o público de toda uma viagem pelos ritmos e sonoridades brasileiras, ora a puxar o fado ora a sonoridades mais experimentais. A combinação de estilos com a possante voz davam azo a um ou outro estalar de dedos da audiência, que não ousava interromper a performance dos artistas. Em palco, acompanhavam vários instrumentos: uma trompete, um contrabaixo, um clarinete e um violão de 7 cordas, este último que quase nunca abandonou o palco e acompanhou o artista até ao “desembarque”.

Ainda o relógio não tinha batido a meia-noite, quando o concerto encerrava com uma performance em tributo ao samba, com todos os músicos sentados na frente do palco, como que em volta de uma fogueira, a convidar para dançar.

De pé, o público despediu-se do artista com um caloroso aplauso de quem de facto aprecia um bom trunfo no baralho opulento que é a cultura musical portuguesa como é António Zambujo.

Não vem, nem de longe nem de perto, tentar substituir o mote para a Revolução que foi a música de intervenção de Zeca Afonso em 1974, mas foi cartada de mestre passar um final de noite – marcado pelo aniversário do dia da Liberdade – com uma das vozes mais ecoantes do nosso país na actualidade.

Edição de Joana Rita

Ângela Afonso  

1,60m de aleatoriedade, inspirada por coisas e pessoas boas. Vive para as artes e as letras. A sua religião é a música e mora atrás da lente da câmara fotográfica. Minhota da cabeça aos pés e em tudo o que diz. (O mau feitio é mito)


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