A segunda noite de Luz para Ed Sheeran

A segunda noite de Luz para Ed Sheeran

Com o álbum ÷ lançado há mais de dois anos, e a dar nome a uma digressão que se arrasta por igual período de tempo, Ed Sheeran provou que não é preciso uma equipa de 11 para encher o estádio da Luz. Sozinho, entre 1 e 2 de Junho, levou cerca de 120.000 pessoas até Lisboa para o seu regresso a Portugal.

A tarde quente de 2 de Junho ia-se compondo para aquela que seria a segunda data consecutiva de Ed Sheeran em Lisboa depois de uma primeira noite esgotada. Para os que chegaram cedo à Luz não faltou o que ouvir por lá. Quer fosse alapados na relva à la festival, ou ainda debaixo de sol e de braços no ar, às 18h15 já se ouvia o americano Ben Kweller. Pouco depois, subia a palco a sueca Zara Larsson que aos 21 anos é responsável por uns quantos singles que, sem que tivéssemos dado por isso, já estavam bem presentes nos nossos cancioneiros pop.

Já com um estádio bem composto e com o sol a pôr-se sobre as arcadas da Luz foi a vez do cantor inglês James Bay atuar trazendo temas como If You Ever Wanna Be in Love, Let it Go ou Hold Back the River, triggers suficientes para que começasse o erguer de telemóveis no ar.

Quando o relógio marcou as 20h59, e perante o barulho ensurdecedor na Luz, Ed Sheeran subiu a palco para proporcionar, mais uma vez, o seu one man show e arrancando com Castle on the Hill, um dos primeiros singles do seu último álbum.

Ao longo de duas horas, sozinho em palco e alternando entre as suas guitarras e o seu loop pedal, Sheeran percorreu os maiores êxitos da sua carreira como The A Team, Kiss Me ou Give Me Love de 2011 ou Thinking Out Loud e Photograph de 2014. Ainda assim, o maior destaque foi dado ao álbum de 2017 de onde saíram temas como Galway Girl ou Perfect.

Alguns utilizadores acusam nas redes sociais Ed Sheeran de fazer playback. Tecnicamente é-o, mas todos os sons são gravados de raíz e reproduzidos no momento, em cima do palco, utilizando uma loop station desenhada pela sua equipa especificamente para esta tour.

De fora não ficaram temas como All of the Stars, do filme The Fault in Our Stars, I See Fire da banda sonora de The Hobbit: The Desolation of Smaug ou mesmo I Don’t Care, colaboração com Justin Bieber, que parece ter sido escolhida como música de verão de muita gente, e que Sheeran lembrou que fará parte do seu álbum de colaborações a ser lançado ainda este ano.

Inevitavelmente, tratando-se de dois concertos em datas consecutivas e no mesmo local, acaba por haver alguma comparação entre públicos. Sheeran fez questão de motivar isso mesmo dizendo que o público do dia 2 tinha de ser mais barulhento que o de dia 1. Arriscamos dizer que provavelmente foram bastante semelhantes. A tarefa oposta não foi assim tão fácil quando Sheeran pediu para o público tentar manter-se em silêncio, como o público nipónico, para apreciarem Tenerife Sea. Reconhecemos o esforço!

Cinco anos depois da sua atuação no Rock in Rio Lisboa, que Sheeran continua convencido ter sido em 2012, há quase que como uma borboleta de orgulho em nós ao ver que o rapaz que há poucos anos andava a cantar de pub em pub sem que ninguém lhe desse importância, como ele próprio lembrou, está atualmente a encher estádios por toda a Europa. Incrivelmente, parece manter-se fiel a si próprio.

Os fãs, esses, mantêm-se tão ou mais dedicados. Mulheres, homens, avós, crianças, adolescentes, ter 60.000 pessoas dentro de um estádio a ecoar praticamente todas as letras parece-nos uma bonita prova de amor. Isso e as baterias dos telemóveis que pareceram eternas, pois nunca faltou a boa da lanterna no ar.

Sing, guardada para o final, resultou quase como um libertar de energia acumulada ao longo de todo o concerto. Quase nem se notou a pausa do encore, tamanho era o barulho que se fez. Sheeran não tardou a voltar com a camisola alternativa da seleção nacional para aquele momento de comoção coletiva de povo que gosta de futebol. Shape of You e You Need Me, I Don’t Need You foram as escolhidas para fechar a noite representando bem duas etapas distintas da carreira de Sheeran.

Esperemos mais cinco anos para ver o que ainda é capaz de fazer.

Mónica Borges  

Acho todos os cães bonitos, gosto de festivais e ainda mais de imperiais.


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