20 anos de “Ideal Crash” fazem do Coliseu a casa do sENHOR

20 anos de "Ideal Crash" fazem do Coliseu a casa do sENHOR

Assinalando o 20º aniversário de The Ideal Crash, dEUS regressou dia 24 a Lisboa para dar início à digressão europeia que levará a banda belga a visitar, em pouco mais de um mês, os palcos de catorze países do velho continente, e ilhas, terminando a 31 de maio em Atenas, após três noites em casa, na conceituada Ancienne Belgique.

O pontapé de saída foi dado no Coliseu dos Recreios, seguindo-se, na noite de 25, um serão portuense com o Hard Club totalmente esgotado

A preencher a primeira parte do reencontro na capital, a compatriota Trixie Whitley brindou o público com seis temas da sua carreira que conta, a solo, com três EPs e três álbuns editados, tendo o mais recente, Lacuna, sido lançado no passado mês de março.

Apesar de bastante jovem, além da nacionalidade, a multi-instrumentista tem em comum com os senhores da noite uma longa experiência em palco, já que se estreou aos três anos ao lado do pai, o cantor e compositor Chris Whitley. Para a cerca de meia hora de espectáculo que teve a seu cargo, a multi-instrumentista trouxe calor e muito dinamismo e foi acolhida com agrado pelo público mais pontual. Contudo, a verdade é que esta era (mais uma) noite de dEUS em Lisboa. Prova disso eram as larguíssimas dezenas de espectadores que pelas 21:30 deambulavam pelos corredores ou engrossavam as filas dos bares do Coliseu.

A anteceder o espectáculo os fãs portugueses souberam da realização de um documentário em torno da banda e dos 20 anos de The Ideal Crash – o álbum que, como nos disse Tom Barman tem um único problema: ter sido gravado em Espanha (!). Toda a gente foi convidada a passar numa sala contígua à do espectáculo, onde foram registadas as “Confissões a dEUS”.

Feito o enquadramento e as honras de abertura por Trixie Whitley, os lisboetas foram levados numa viagem pelas 10 faixas do trabalho que catapultou os belgas para o sucesso que ainda hoje mantêm. Esta não poderia, por um lado, ser mais previsível – o alinhamento foi exatamente o do álbum – nem por outro, fazer mais justiça ao nome do álbum. dEUS é de casa e o Coliseu foi a casa de dEUS, num concerto que, embora a alguns possa ter sabido a pouco, primou pela contenção e dose certa que só os mais experientes sabem servir.

Pelo meio, o fantástico bom humor do líder da banda e a execução musical irrepreensível de um reportório bem conhecido e amado foram abrilhantados por um grupo de bailarinos portugueses – como o vocalista fez questão de salientar – que fez subir o tom de festa. No público, o reconhecimento dos primeiros acordes de cada tema fazia surgir comentários sobre as preferências ou aquele outro concerto deles em que…

Barman conduziu todo o espetáculo da forma que já há muito nos habituou, intercalando comentários em português, namorando o público -“You look fucking great!” e elogiando os companheiros de palco, com destaque para os bailarinos e o novo guitarrista, Bruno de Groote, a quem se referiu diversas vezes como “Super Bruno” – “Muito fixe, não?”

A verdade é que, não fosse a música o principal motivo para um Coliseu esfusiante, o charme do cantor bastaria para transformar o mais cético espectador num crente de dEUS

Após Dream Sequence- o tema que encerra o álbum que dá título à digressão o regresso fez-se em francês, (bien sur!) com Quatre Mains, seguido de quatro temas, com o único final possível, ‘A Forma’ de (não) terminar um concerto-encontro perfeito:

O “convite” deixado cair a meio do espectáculo para a festa depois do concerto no Incógnito, tornou literal o costumeiro “até já” dos amigos. A verdade é que no longo romance entre estes músicos e Portugal Nothing Really Ends.

Carla Flores  

A repórter de guerra sonhada aos 10 anos deu lugar à professora de inglês que se dedicou a outras lutas, como a da promoção da leitura e a aquela coisa do "ah e tal, vamos lá mudar o mundo antes que ele nos mude!


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